quarta-feira, 7 de abril de 2010

Cidadãos entregam manifesto ao Presidente da República

No passado dia 27 de Março um conjunto de cidadãos, preocupado com o sucessivo abate de árvores no concelho de Loulé, entregou aos presidentes da República e da Câmara Municipal um manifesto contestando a falta de transparência e de responsabilidade educativa da autarquia louletana para com os seus munícipes. O Bloco de Esquerda, tal como afirmara em texto anterior aqui publicado, manifestou total solidariedade e apoio a esta acção cívica. A seguir, transcrevemos o manifesto distribuído pelos organizadores da iniciativa aos munícipes de Loulé:

Caro munícipe:

O movimento de cidadãos de Loulé pelas árvores do Concelho, do qual fazem parte representantes de diversos blogues locais e a associação Árvores de Portugal, apela a que a Câmara Municipal de Loulé (CML) torne públicos os relatórios técnicos que sustentam a decisão de abater árvores de forma recorrente, como tem ocorrido nos últimos anos, sem qualquer explicação.

É justo que os cidadãos deste concelho se questionem sobre a existência destes relatórios que, se existem e são tecnicamente inatacáveis, sustentariam intervenções recentes, como o corte de árvores em Loulé e em Quarteira ou a desastrosa rolagem da araucária do Convento do Espírito Santo, espécime monumental que marcava e definia o perfil da cidade.

Mais bizarro é todo o processo que conduziu ao abate de 16 tílias com cerca de 60 anos, na Praça da República. Sendo certo que uma empresa de arboricultura atestou a necessidade de abater 12 desses exemplares, cabe aos cidadãos de Loulé perguntar ao seu Presidente:

a) Por que motivo não esclareceram as pessoas e as prepararam para esta acção, realizada a bem da sua segurança?
b) Qual a justificação para não se optar por um abate faseado que permitisse salvar 4 das tílias que, do referido relatório, se infere não necessitarem de ser eliminadas?
c) Por que motivo se sonegou toda esta informação e se procedeu a uma intervenção apressada, abatendo todos os exemplares em menos de 36 horas, com o supremo mau gosto de o fazer coincidir com as celebrações do Dia da Árvore? Acaso a autarquia tem os seus munícipes em tão baixa consideração que os julgava incapazes de se indignarem com esta situação?

Muitas questões e poucas ou nenhumas explicações. Basta! As pessoas querem ser ouvidas e que as suas opiniões e sentimentos, face à cidade que amam, sejam consideradas por quem governa os destinos do concelho.

Se é tarde para corrigir os erros do passado, ainda vamos a tempo de evitar a sua repetição no futuro. Loulé e os louletanos exigem saber se amanhã, ao acordarem, as suas árvores ainda estarão de pé ou se cairão, ao som de uma motosserra, vítimas de um pecado que nunca chegarão a conhecer.

António Almeida, professor - Blogue "Sebastião"
Hélder Raimundo, professor - Blogue "Contra>senso"
João Martins, professor - Blogue "Movimento Apartidário da Cidade de Loulé"
Associação Árvores de Portugal

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